sábado, 29 de maio de 2010

Brilho no escuro

Como um todo me sinto acordando
Graças a o frio de um vento
que no meu rosto em uma noite desacompanhado
percebi que meu espelho está quebrado

E cacos, feridas abertas, como não as vi
Não é essa vida, não são esses momentos que quis
assim como a água gelada te faz acordar
o vento gelado em meu rosto me fez enxergar

E cegar, a mim me feri
a minha mente tentei enganar
e destituído de qualquer semelhança com o mais puro
e no meu fundo, vi a tampa do poço se abrir

Olhos perdidos, olhando para os lados sem nada enxergar
é isso, é isso mesmo, não penso eu que por um efêmero momento
pudesse sozinho escalar, com o verde do musgo entre meus dedos
olhar pra trás e perceber que um dia já fui arrebatado

E amarrado, com as mãos nas costas olhando pra cima
gritando, digo para os ratos nos cantos redondos
Cansei...
Cansei...

Agora não é comigo, e vivo
sinto um brilho, como um límpido vinho em uma taça
das mais puras uvas, o som vermelho de sua presença
agora eu sei
Ainda existe esse brilho.

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